Conforme estudo veiculado na Revista Forbes, quase 65% dos consumidores indicam que partilhar valores auxilia para a construção das relações de confiança com uma marca. Ou seja, mais que transmitir preços, os visuais corporativos precisam mostrar como um negócio enxerga o mundo.

Principalmente quanto às gerações jovens, consumidores querem saber as razões para existir cada instituição. Por esse motivo, procure revelar personalidade e humanidade nas criações visuais para gerar melhores resultados na transmissão de valores. Veja 10 dicas sobre isso.

1 – Entender a marca

Antes de tudo é necessário conhecer voz, visão, missão, valores e outras características que definem os valores organizacionais. Aplicar este conhecimento no design ajuda a passar ideias para incentivar uma impressão duradoura.

Logotipos e tipografia necessitam demonstrar os valores, facilmente reconhecidos se são simples. Além disso, é possível usar o design para contar histórias que refletem a missão corporativa.

No entanto, tenha em mente que o desenho perfeito é um processo de criação que requer constantes retornos da opinião do público.

Por exemplo, com dados de feedback conseguimos adaptar melhor os logos para gerar valores que tornam única a organização, segundo aponta o administrador de empresas José Roberto Martins, no livro Branding: Um manual para você criar, gerenciar e avaliar marcas.

2 – Fazer Workshop com especialistas

De fato, os aspectos como ajustes, erros, experimentos e estudos fazem parte da concepção de design. Se você não tem tempo ou designers muito experientes, vale a pena terceirizar este trabalho para não arriscar recursos em planos inefetivos.

Graças aos serviços dedicados, os contratantes contam com artistas sêniores que realizam um workshop, no intuito de discutir quais elementos devem compor o sistema visual. Assim, sem perder tempo ou dinheiro, temos o apoio especializado em elaborar um plano efetivo para a transmissão de valores.

3 – Realizar dinâmica de grupo

Profissionais de criação, colaboradores de outras áreas, influenciadores, especialistas convidados e os donos do negócio podem participar da dinâmica de grupo. Com fins de estabelecer uma engenharia para desenvolver um efetivo processo de criação.

Embora os designers sejam fundamentais neste encontro, a presença de profissionais que lidam com públicos ou estratégias é essencial. Dessa forma conhecemos a fundo, o que os clientes esperam da marca e o que a empresa pretende valorizar, para alcançar um ponto de equilíbrio visual.

Na obra Marcas: Design Estratégico, Cecilia Consolo como experiente designer defende a tese de que a área de design deve incluir as equipes de gestão estratégica da organização. Isso para fortalecer o conceito do visual como um fator competitivo contra as ambiguidades que impactam os mercados de maneira sistêmica.

4 – Construir design concept

Um artigo da Purdue University, de Indiana, Estados Unidos, encara o desenho conceitual como a fase inicial do processo de design, na prática. Após coletar informações em workshop e dinâmicas de grupo é hora de trabalhar no planejamento prático, certo?

Em linhas gerais, design concept inclui dados de estratégias, processos, experiência e interações. Envolve estabelecer como transmitir os valores em processos. Logo, nos modelos conceituais dos esboços de recursos visuais.  

5 – Selecionar as cores para transmitir valores através do design

Imagine uma rede de fast food infantil que apenas trabalha com cores sombrias e escuras nas campanhas? À primeira vista, isso não parece algo motivador ao consumo ou que passa valores capazes de atrair o público-alvo.

Agora, considere um escritório de advocacia repleto de cores vivas e alegres no visual carnavalesco das criações publicitárias? Certamente as mensagens trabalham com tonalidades que retiram o caráter sério inerente a este tipo de serviço para passar credibilidade.

O arquiteto de estratégias para e-commerce, Muhammad M, acredita que as cores influenciam nas percepções, associações e emoções. Portanto, prefira os tons que melhor correspondem aos valores do seu empreendimento e evite criar falsas impressões.

6 – Optar por fontes simples e correspondentes aos valores

Assim como as cores, a tipografia requer prudência na escolha. Algumas são sérias, clássicas, perfeitas para empresas luxuosas, elegantes e austeras. Já outras acarretam um pouco de humor pela vivacidade, ideais para marcas infantis populares.

É muito comum pensar que a seleção das fontes parece complexa. Porém, embora não seja uma regra para todos os casos, normalmente a simplicidade reflete valores com mais efetividade do que designs muito embelezados.

7 – Decidir por um logotipo representativo e autêntico

O logotipo funciona como um símbolo no qual as pessoas olham e lembram da corporação, instantaneamente. Por esta razão, a criação requer a essência da corporação, dos produtos ou serviços.

Uma vantagem atual é contar com muitas variedades de elementos disponíveis para refletir os valores:

• Figuras geométricas
• Textos
• Imagens
• Ícones
• Formas
• Cores

Busque autenticidade. A beleza do design autêntico está no fato de sussurrar os valores com êxito, influenciando nos desejos e na mente dos públicos.

8 – Criar identidade visual

Investir na identidade visual que reflete valores é um meio de a marca originar laços de identificação com o público-alvo, por meio das sensações e dos reconhecimentos, seja no marketing digital ou físico.

Conceitualmente, definimos identidade visual como um conjunto de elementos visuais e gráficos que criam uma atmosfera de respeito.

A identidade visual demonstra como um empreendimento enxerga o mundo, sendo essencial no objetivo de transmitir valores via design, para a marca ter autoridade no mercado.

Já parou para pensar em como sabemos que estamos assistindo a TV Globo mesmo sem ter escolhido o canal? Ou, que assistimos um comercial de natal da Coca-Cola até se o logotipo não estiver presente na grande parte da mensagem?

Esse é o resultado da criação de uma atmosfera única, fixada no psicológico dos consumidores ao longo dos anos, gerada pela combinação de diversos elementos visuais e um conceito.

9 – Ter um guia de estilo

Um guia de estilo é o documento que padroniza elementos de design. Com efeito, esta documentação serve para direcionar a criação dos designers e outros profissionais na finalidade de manter a identidade visual ou inovar, sem perder o espírito estético da companhia.

10 – Aplicar testes e mensurar resultados

Não é fácil acertar na primeira vez. Aliás, mesmo as grandes marcas efetuam constantes mudanças no visual para mostrar os valores de um jeito adequado, conforme a época.

Portanto, você precisa testar e ajustar os seus planos de design para alcançar uma comunicação efetiva, adequada aos tempos atuais.

Coletas de feedback dos públicos ou outros colaboradores e pesquisas são métodos que funcionam para avaliar os resultados e ajustar design. Por exemplo, é possível monitorar o desempenho ao colher dados sobre lealdade, admiração e reconhecimento empresarial.

Conclusão: Transmitindo valores através do design

Para demonstrar os valores com uso do design a empresa deve realizar um trabalho detalhista. Primeiro, necessita compreender o que pretende representar no mundo.

Depois, precisa de planos estratégicos que incluem desde concepção inicial até avaliação de resultados, para saber se a estratégia visual influencia a psicologia de consumo do público-alvo, quanto ao reconhecimento dos valores corporativos.